O Pedro está bem. Neste momento está a dormir um soninho descansado. Antes esteve na conversa comigo e a mostrar-me aquele sorriso desdentado e lindo que ele tem só para mim e para o Pai. Continua a ser um menino bem sossegado e só chora quando alguma coisa o incomoda, mesmo quando eu não sei o que é.
O que me deixa triste é que daqui a 2 meses tenho de voltar ao trabalho. Um trabalho onde nem sempre os meus direitos são respeitados e por isso não sei se vou ter "direito" às duas horas para amamentar, que são de lei, mas que tanta gente se esquece que são de lei. As duas colegas, que antes de mim, foram mães viram-se obrigadas a prescindir desse direito para manterem a sua sanidade mental e pergunto-me se eu terei a coragem de os enfrentar. Sim, porque na direcção da empresa temos só homens. Assim já me imagino a perder os momentos mais bonitos do meu filho e custa tanto pensar nisso. Sei que ele nos primeiros tempos vai ficar na avó, na minha mãe, mas mesmo assim, apesar de saber que ele fica bem, não está comigo e já tenho saudades.
A juntar a isto, e podem chamar-me doida que também acho que estou, já sonho com o próximo filho. Tenho de pensar nisso, porque fui mãe pela primeira vez aos 36 anos, e se quiser ter mais algum não posso esperar tanto tempo como da primeira vez. Falei com a minha médica que me disse que tendo sido uma cesariana o tempo de espera é de pelo menos 2 anos: não até engravidar, até ao parto seguinte. Assim, disse-me que posso entrar novamente em treinos em Março de 2008, de modo a que o bebé nasça quando o Pedro fizer dois anos. Isto é o que ela diz, não quer dizer que vá ser o que eu faça, porque nem sei se do ponto de vista financeiro a coisa será possível, uma vez que a vida profissional da cara metade está um bocado em mudança. Mas acho que pelo menos mais um filho gostariamos os dois de ter.
Assim, dou por mim a pensar no futuro e a pensar que bom mesmo, era mudar de emprego, mas acho que isso é impossível. Sinto, sobretudo, que uma grande parte dos meus sonhos, mesmo os mais realizáveis, se estão a ir por água a baixo, porque não vou conseguir ter tudo, e pior não vou conseguir ter aquilo que eu mais queria, que era ver os meus filhos crescer, porque vou ter de trabalhar, num sítio onde não fazem respeitar os meus direitos, para poder, nem que seja apenas ao fim de semana, ver os meus filhos. Sinto-me num beco sem saída... E pequeno, porque podem juntar a esses sonhos perdidos a vontade de mudar para uma casa maior do que a que tenho.
6 comentários:
Eu nem quero imaginar quando tiver que ir trabalhar, acho que deve ser uma enorme angustia deixamo-los. Quanto ao horário reduzido no !º ano tens direito a isso rapariga, por isso faz valer os teus direitos. Olha se tiveres alguma dúvida sobre estas questões sempre podes ligar para a linha de apoio ao trabalhador, são muito atenciosos.
Como te compreendo... Mas tb acho q deves fazer valer os teus direitos, embora nem sempre seja fácil e muitas vezes entre termos os nossos direitos e ficar sem emprego, é uma decisão dura de tomar...
Como sabes eu estou desempregada e também penso muito em como será depois de Abril, se encontro ou não emprego e como irá ser com o Gil, embora tenha a mesma vantagem que tu, tenho a minha mãe para tratar dele. As regras nos centros de emprego apertaram bastante e somos obrigados a lá ir apresentar-nos de 15 em 15 dias e justificar q procuramos trabalho.
Quanto a ter um segundo filho, ñ penso nisso pq a minha situação profissional ñ mo premite (e aqui entre nós, se tivesses um rebeldinho como o Gil também não pensavas já nisso! :P), mas a verdade é que gostava de tentar a menina...
Olha e qt ao leite Enfalac, encontras-te a que preço? Eu paguei 8,5 euros por uma lata de 400 gramas.
Joquinhas gds para vcs e curte estes momentos sem pensares em como será depois, é o melhor q tens a fazer!
Tentei comentar à pouco mas nao consegui :(
Acho que estás a sofrer por antecipação e que deves aproveitar o teu filhote. Se achas que vale a pena lutar por esse direito acho que deves ir em frente. Só é pena as mulheres da empresa não se juntarem todas nessa batalha...
Quanto à vontade de ter outro filho, vejo que não sou a única a sofrer de "problemas hormonais" :)
E relativamente ao livro que andava a ler, ele já me acompanhava desde a altura em que estava grávida por isso neste fim de semana lá consegui, finalmente, acabá-lo. Até porque tenho muitos em lista de espera que tenho imensa vontade de ler...
Beijos
Como te percebo...
Quando decidi engravidar, decidi consciente que a minha carreira profissional iria estagnar!Decidi consciente que a realização profissional estaria compremetida!Contudo resolvi engravidar...
Embora todos saibamos quais sao os nossos direitos ( no meu caso então acho que ainda é mais frustante, pois a minha função é directora de recursos humnos, e saber que temo s direito mas mesmo assim não poder fazê-los valer...enfim...) a questão n é essa! è muito bonito podermos estar com os nossos filhos o má ximo de tempo possivel, é nosso direito!é verdade! mas hoje em dia como está o mercado de emprego, a maior parte das empresas não está para ter "recursos parados"e a bom da verdade se nós não quisermos existe quem queira e esteja disposta a nao constituir familia, a não ter filhos em prol da carreirA!! As minhas colegas de faculdade a maior parte não namora, vive em casa dos pais e vive a vida que as empresas dos nossos dias exige!!!
Mas temos de levar as coisas da melhor maneira possivel, deixar de ter tempo para nós e passar a ter mais tempo para eles.
beijinhos
Eu imagino o quão difícil deve ser deixar os filhos para retomar o trabalho, mas tenta (eu sei que é difícil) não pensar já nisso e usufrui o melhor que conseguires a presença do teu filho a 100%.
Quanto aos teus direitos na empresa e ao facto de, no futuro, estares pouco tempo com o(s) teu(s) filho(s), infelizmente a forma como está estruturada a nossa vida é um atentado à família! A minha irmã costuma dizer que nós temos os filhos e depois vamos entregá-los aos outros para criar. A família não está protegida e isso também me deixa triste! Eu acho que(pura utopia) nós não devíamos trabalhar o dia todo, devia ser em part-time, quer o homem, quer a mulher, para conseguirmos ter tempo de qualidade com os filhos. Eu sei que isto é impossível, porque como a sociedade está montada temos mesmo de trabalhar os 2 a tempo inteiro e às vezes, nem isso chega!
Queria agradecer-te a dica que me deste da DREL, eu vou mais frequentemente à DREC pela proximidade, mas o problema dos horários que têm aparecido é o facto de serem apenas substituições para 1 mês, imagina! Se eu não estivesse grávida até arriscava e concorria, mas assim...este ano vou esquecer e para o próximo vai ser melhor, tenho de acreditar nisto!
Beijinhos
Ai, ai, eu sofro das mesmas angústias!
Também já tenho saudades do bébinho e ainda nem tive que o deixar. Passo os dias a pedir que me saia o Euromilhões só para eu poder ficar em casa com ele.
No meu trabalho não são de faltar aos direitos dos trabalhadores, o problema é que o meu cargo implica muitas viagens...!! Dantes eu até gostava de andar sempre de um lado para o outro mas agora dá-me vontade de chorar só de pensar em deixar o meu bébinho 2 ou 3 dias...!!
Já tenho pensado em procurar outro emprego onde não seja necessário viajar tanto! Mas isto não anda nada fácil!
De qualquer forma também concordo que deves lutar pelos teus direitos. Pensa que não é só a tua vontade que está em causa, é também o direito que o teu filho tem de estar com a mãe mais uns bocadinhos até ter um ano.
É como eu digo, ser mãe é muito duro!
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