Um ano depois...

Amanhã faz um ano que soubemos que, se tudo corresse bem, iamos deixar de ser dois, e passar a ser três, pensava eu, em Dezembro. Nunca fui muito regular, e depois de uma semana à espera que o dito cujo aparecesse, contei ao pai da cria que estava com um atraso anormal no meu ciclo, já de si também anormal. Contei-lhe pela manhã, assim que acordámos. Olhou para mim e disse qualquer coisa do género: "Não faz sentido ficarmos na dúvida, vamos lá tratar disso". E fomos os dois à farmácia mais próxima. Pareciamos dois adolescentes sem saber o que fazer, até acho que a farmacêutica esteve um pouco a gozar connosco. Desapareceu com o frasquinho e lá na salinha do fundo riasse com a colega. Acho que nem 1 minuto esperámos, voltou com um papelinho na mão e com uma cara meia gozona escreveu à nossa frente: "E temos um.... Positivo". Eu fiquei completamente atordoada. Tão rápido?? Como é que logo no primeiro mês... Não... Precisava de mais tempo para me mentalizar. Mas não tive. Dia 22 de Abril, chovia. À porta da farmácia, o meu companheiro e co-responsável deste resultado, dançava de alegria. Eu não sabia se havia de rir, se de chorar. Ao longo dos mais de 8 meses que se seguiram acabei a fazer as duas coisas. A rir de alegria e a chorar porque as hormonas me transformaram numa criatura lamechas que se comovia a torto e a direito, e ainda não desapareceram completamente. Acho que vieram para ficar.