29 novembro, 2009

O parto

O André nasceu na Clínica de Santo António, na Reboleira. A escolha deu-se porque a médica que me acompanha disse que era um bom sítio e sabia de outros meninos e meninas que lá nasceram e as mães tinham gostado. Eu desta vez tinha seguro e depois de fazer contas à vida, lá nos decidimos a ter as mordomias que da primeira vez não tivemos. Mais ainda a minha médica disse-me que o Amadora-Sintra na obstetrícia andava cheio de gripe A (não que isso representasse um risco).

Não vale a pena enganar-me e dizer que não sabia que a coisa ia acabar em cesariana. Na verdade, e ainda que quisesse muito um parto normal, sabia que estava demasiado insegura em relação à saúde deste filho, para correr qualquer tipo de risco. Uma vez que a indução não pegou, eu sabia que a coisa ia para cesariana no próprio dia.

Pormenores: este parto foi caracterizado pela mais perfeita serenidade. O pai este sempre comigo, e sabendo que ia ser cesariana até ficou comigo no quarto nessa noite (mordomias). Demos entrada, vesti-me para o acto solene que sabia que ia acabar por decorrer, e fui sujeita aos procedimentos normais. Pelo menos normais comigo, nomeadamente, o rebentarem-me duas veias para tentar cateterizar uma, apenas à terceira tentativa. Ligação ao CTG, que permite sempre o alívio de se ouvir aquele coração fantástico a bater. Indução... Nada. Esperar que chegasse a anestesista, ir para a sala de cirurgia a pé, e ser tratada como a rainha que toma posse. O pessoal de enfermagem é fantástico, afinal tem tempo para isso, não há assim tanta gente a ter os filhos ali (estavam apenas dois quartos ocupados). O pai assistiu à cesariana, e eu tentei ver tudo pelo reflexo da lâmpada que tinha por cima, e não vi tudo, mas vi que o essencial: a minha barriga aberta com uma ferramenta qualquer, e uma perna do André do lado de fora. E foi por essa que o agarraram para o entregar ao pediatra, que o embrulhou numa toalha e o sentou com o ar mais patusco do mundo a olhar para os pais. São memórias que felizmente partilho com o pai dele, o que infelizmente não aconteceu com o Pedro. Mas temos outras, igualmente fascinantes.

Tudo decorreu com a maior das serenidades, em amena cavaqueira com o pessoal médico e de enfermagem. E é essa a sensação que guardo... Serenidade.

9 comentários:

)0( disse...

:) Fico feliz por saber que correu tudo bem. Muitos parabéns!

Barriguita disse...

que bom! o parto do meu pedro foi tudo menos tranquilo... também não pude partilhar nada com o pai, que aguardava do lado de fora. foi inesquecível, foi lindo, mas faltou-me ter ali o outro responsável por aquele novo ser. ao ler-te, quero mesmo ter a esperança de que se tiver outro filho (Deus queira que sim) tudo irá correr assim, como contas.

beijos

Isabel disse...

Que bom que correu tudo bem e com tanta serenidade! Serão certamente momentos que nunca esquecerás e que recordarás com muito carinho e emoção!
Um grande beijinho!

Helena disse...

Depois de tanta turbulência tinha que acabar em serenidade :). Beijos

Mariah disse...

O comentário anterior é meu.

joana disse...

O parto da Leonor tb foi assim, muito tranquilo e cheio de serenidade. O do Pedro, apesar da cesariana com epidural e de ter o marido tb ali ao lado já foi mais stressante para mim, fruto das 7h de um trabalho de parto bastante doloroso e que não deu em nada. Ai que nostalgia... ainda não me convenci que não vou passar por outra...

Nany disse...

Que bom, pelo menos no parto alguma serenidade. Assim até nós estamos melhor.
O Pedrocas também nasceu na CLISA e se me arrependo? Nem por um segundo.
Tive o pai e a minha mãe comigo, embora ela tenha ficado do lado de fora e só ele tenha entrado na sala para filmar o grande acontecimento.
Adorei o tratamento das enfermeiras, sempre pacientes com uma mamã de 1ª viagem. Os carinhos seguintes também, mesmo quando eu rebentei dois pontos elas sempre a tratarem de mim. E pelo Pedrocas então! O único menino, que andou ao colo delas todo o tempo :)
Bjks

sandra.am.silva disse...

Que bom Carla!
Tão bom saber que correu tudo bem!
Beijo grande!

Sandra

Bala disse...

De facto, não sei se é alguma "magia" da CLISA, mas essa é a memória que tenho do parto do Tomás. A da tranquilidade em que tudo aconteceu, e do carinho com que fui tratada.
Tenciono voltar lá para ter a minha Maria!

Bjinhos