23 fevereiro, 2010

Sobre educação ou...

É costume dar de mamar ao André a ver a Sic Mulher. Descobri que é coisa de família, pois a minha cunhada fazia o mesmo durante a licença de maternidade dela. Hoje, apanhei o programa da Oprah.
Era sobre uma menina de sete anos com esquizofrenia e toda a ginástica que os pais fazem para que ela tenha uma vida segura e possa ter momentos de alguma felicidade. É um caso extremo, assustador. Os pais falaram com uma enorme abertura das vezes que pensaram em desistir e de como tiveram de ultrapassar as coisas, e o que mais me impressionou foi aqueles pais dizerem que não podem ter uma vida normal, não podem sair com a filha para os locais que todos frequentamos, como um supermercado, e porquê? Porque têm medo que os julguem a eles pelo comportamento da filha. Porque é uma criança agressiva, devido à doença, mas as pessoas não vêm, não sabem, e obviamente quem é criticado são os pais... Numa das sequências a menina estava a brincar no jardim e "decide" bater num menino que lhe agarra a bola. Se fosse o meu filho o que pensava eu? Provavelmente "que raio de pais são estes que deixam a filha bater noutra criança desta forma?" É óbvio que não me parece bem que andem a bater nos meus filhos, mas será que conseguimos controlar todas as situações?

E isto faz-me pensar, como por vezes somos demasiados rápidos a julgar em vez de tentar compreender. Porque como diz o provérbio: "Quem está dentro do convento é que sabe o que lá vai dentro". E contra mim falo que tantas vezes falei (e se calhar ainda falo) do que não sei, mas que me parece que eu faria de outra forma numa situação semelhante, sem conhecer a totalidade da situação, conhecendo apenas o que me é dado a ver dela.

Por isso, só consigo lembrar-me das palavras do Rui Zink, que se calhar já escrevi por aqui convencida que eram de um grande pedagogo: Antes de ter filhos tinha muitas teorias sobre como educá-los, agora que os tenho não tenho teoria nenhuma (não é uma citação que não sei onde li isto, mas fica a ideia.)

Ainda que seja sempre a educação dos filhos que esteja por detrás deste meu raciocínio, na verdade parece-me que é uma lição muito extensível à vida de uma maneira geral.

5 comentários:

Nany disse...

Adorei a citação e acontece-me tanats vezes, sobretudo naquelas em que me apanho a fazer o que dizia a mim mesma nunca o vir a fazer, isto faz-me lembrar o "pela boca morre o peixe"
Bjs

PS: Eu via aquela série do Angel (vampiro), mas pronto ninguém disse que sou uma pessoa normal

joana disse...

Pois também há aquela expressão (um bocadinho feia) de "cuspir para o ar"... eu já levei com tanta coisa em cima...

Bala disse...

É verdade, por vezes somos muito rápidos a fazer julgamentos.
Depois de ter passado por umas quantas vergonhas, aprendi que não é por falta de esforço da nossa parte, é porque eles não extensões nossas e têm a sua personalidade.

Bjinhos

Sofia Guerra Carvalho disse...

Também vi o programa e fiquei impressionada com a menina e a vida daquela família...

Acho que há pouca tolerância, no geral, das pessoas umas com as outras, de compreensão, de empatia... enfim... Parabéns à Oprah por divulgar estes casos. Pode ser que ajude a ir mudando algumas mentalidades.

Bjs

Rita Correia ilustradora disse...

Uma grande lição sem dúvida... e completamente extensível para como devemos viver o nosso dia a dia com os seres com quem convivemos diarimante... sejam conhecidos ou desconhecidos. Às vezes precisamos mesmo destas chapadas de realidade para acordarmos do nosso mundo perfeito.
Adoro a Oprah por continuar a chamar-nos à razão tantas vezes com as pessoas que entrevista.
Beijocas