História Macabra

Já ando para aqui contar esta história, da qual tive conhecimento uma das vezes que vim aqui ao emprego durante a licença. Só agora me decidi a contar, porque só agora falei com a colega com a qual a situação se passou. Esta colega de trabalho, foi também minha colega de faculdade pelo que já a conheço há diversos anos (pelo menos uns 15), e foi mãe o ano passado de um linda menina. Este ano como viu o horário dela aqui na empresa mudado (começou a trabalhar até às 22 horas) teve de colocar a filha num colégio na zona de Sacavém, onde ela mora, (sei o nome do colégio, mas dada a confusão em que a coisa está não o vou divulgar, pelo menos aqui. Já explico porquê.) No primeiro dia em que a bebé, com um ano, esteve no colégio o dia inteiro, o pai foi buscá-la ao fim do dia. A menina vinha a chorar, e disseram-lhe que tinha começado a chorar quando ouviu a voz do pai. Quando chegou a casa tratou dela e achou estranho que estivesse rabujenta, mas como ela é complicada para dormir, pensou que era normal. Pouco depois a bebé desatou a chorar e ele foi vê-la ao quarto, e mais estranhou que não se pusesse em pé, porque era o que ela fazia sempre. Tirou-a da cama e esteve a vê-la e viu que ela chorava mais quando lhe mexia numa pernoca. Telefonou à minha colega que ainda estava a trabalhar e foram os dois com a bebé para o hospital. Conclusão, a bebé tinha as duas pernas partidas (tíbia e perónio nas duas pernas) exactamente ao mesmo nível. Quando confrontaram o pessoal do colégio, foi-lhes dito que no colégio não tinha acontecido nada e como tal, se tinha acontecido alguma coisa tinha de ter sido com os pais. Após isto a minha colega denunciou a situação à polícia. O colégio sabendo do caso, parece, que está a processar os pais por difamação (a minha colega ainda não recebeu nenhuma notificação). No hospital a minha colega e o marido foram avaliados pela técncica de serviço social no sentido de se saber se poderiam estar a infligir maus tratos à criança e disseram-lhe que, obviamente, estavam livres de suspeitas. O ortopedista que avaliou as fracturas diz que lhe parece que a menina terá sido puxada com excesso de força de um local onde tivesse as pernocas presas, nomeadamente uma cadeira. A bebé teve de andar com gesso nas duas pernas, sem se poder mexer, e só agora, dois meses depois está a conseguir voltar a caminhar. Para já está tudo bem, mas, como diz a mãe dela "ganhou visitas anuais ao ortopedista, pelo menos até aos 15 anos."

Contei esta história porque fiquei parva com as coisas que podem acontecer aos nossos filhos quando não estamos com eles (às vezes mesmo estando com eles, eles magoam-se) e pela forma como algumas entidades resolvem os problemas, porque o colégio nem sequer averiguou a situação. Demitiu-se de responsabilidades e pronto. Tenho umas certas reservas de estar aqui a colocar o nome do colégio, porque não me apetece meter-me em sarilhos e se eles estiverem de facto a processar a minha colega isto ainda pode dar muita confusão. Assim, se alguém estiver a pensar colocar os filhos num colégio em Sacavém diga que eu divulgo.